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Tribos

05-12-2010 19:57

         

Ana Carolina Talzi

Danilo Augusto

Gerusa Reis

José Aparecido

Nátalia  Lucio

Nátalia Freitas

 

Antes de abordarmos nosso assunto "TRIBOS" temos abaixo uma breve definição sobre a História da Adolescência.

Segundo Passerini (1996), a adolescência surgiu na transição do século XIX para o XX . Para StanleyHall (1904),em sua obra “Adolescentes”, atribuiu a essa faixa etária qualidades antitéticas, hiperatividade e inércia.

   
 Temos abaixo alguns outros autores que definiram a Adolescência através de suas teorias :
 

Teoria - Aprendizagem social da teoria de Bandura

Perspectivas da adolescência - Moral da imitação e busca de si mesmo.

Usa na Fase - (Depende do desenvolvimento do conhecimento através da modelagem).

 

Teoria  - Piaget Teoria Cognitiva

Perspectivas da adolescência - Conhecimento através de operações formais

Considera na Fase - (Sensorial, pré-operacional, operações concretas e operações formais.)

 

Teoria - Teoria motivacional de Maslow a hierarquia das necessidades

Perspectivas da adolescência - Física, busca de si mesmo, despertar da sexualidade pensamento abstrato e raciocínio.

Considera na Fase - (Acredita no desenvolvimento do potencial através da realização de metas).

  
  Segundo Vygotsky:

 “...a novidade, a juventude, o caráter débil instável e desenvolvido com essa nova forma de pensamento explicam a contradição notada pelos observadores. Esta contradição é a contradição do desenvolvimento, a contradição da forma de transição, a contradição da idade de transição.” (Vygotsky, 1996: p.68)

 

   Agora iremos ao tema Principal do nosso trabalho : TRIBOS

 

 

 

 “As tribos urbanas são agrupamentos semi-estruturados, constituídos predominantemente de pessoas que se aproximam pela identificação comum a rituais e elementos da cultura que expressam valores e estilos de vida, moda, música e lazer típicos de um espaço-tempo.” (Maffesoli).

São pessoas com hábitos, valores culturais, estilos musicais e ideologias semelhantes, Os vínculos duram enquanto se mantém o interesse pela atividade. Não há planos ou preocupação com o futuro da tribo. A ampla diversidade cultural auxilia na formação de diferentes tribos. As tribos levam os adolescentes do anonimato para o reconhecimento. Estética das Tribos: função de identificar e agrupar.

   Fonte de socialização menos repressiva.

   Fonte de identificação e referência comportamental.

   Estes modelos influenciam na capacidade de reflexão e nas intenções do sujeito.

Segundo Bandura os adolescentes buscam novos comportamentos. O compartilhamento de códigos, estilo e práticas sociais cria uma a ilusão de identidade. Os adolescentes de uma tribo possuem um caráter volátil de seus vínculos internos.Os mesmos Migram de uma tribo à outra.

Segundo Vygotsky as funções complexas do comportamento humano são elaboradas conforme são utilizadas, a depender do conteúdo adjetivo sobre o qual incidem e das interações a partir das quais se constroem. Para Vygotsky A natureza humana é essencialmente social, ter tribos ou grupos é culturalmente aceito.

Abaixo citamos algumas Tribos Urbanas :

 

      Rock ‘n’ Roll

  • Surgiu na década de 50 nos Estados Unidos.
  • Década de 50 e 60- termos como
  • “delinqüência juvenil”
  • foram substituídos por outros como
  • “cultura dos jovens.
  • ”Carl Parkins, Chuck Berry, Elvis Presley e
  • Bill Haley

     HIPPIES

  • Surgiu no EUA na déc de 60.
  • No Brasil na déc. de 70.
  • Nômades, Comunhão com a natureza,
  • Negavam a Guerra do Vietnã.
  • "Paz e Amor" à amor livre, a não-violência,
  • Igualdade e anti-militarismo .
  • Culto pelo prazer livre, físico, e Sexual ou
  •  intelectual
  •  Raul Seixas, banda Mutantes, Jimi Hendrix.

  PUNK´s

  • Surgiu nos Estados Unidos, baseado do
  • Rock’n’Roll,
  • Idéias apartidárias e de liberdade.
  • Estilo visual grosseiro, humor ácido e
  • sarcasmo.
  • Calças jeans justas, rasgadas,
  • jaquetas de couro, coturnos, tênis converse,
  • correntes, Moicano.
  • The Ramones, Sex Pistols, Bad Religion,
  • The Cash                                                                                                                             

 

EMO´s     

Emo é a sigla de "emotional Hardcore".
Os Emos surgiram logo após os Góticos, no final da década de 80 nos Estados Unidos, quando bandas de hardcore como o Rites of Spring e o Embrace ficaram conhecidas por suas performances "emocionais". 
As letras são o grande destaque. E elas assentaram as bases para toda a geração de punks de coração mole.
 
Estilo :
Roupas pretas com estampas de desenho animado, listras, botas punk, tênis estilo All Star,
colares de bolas, meias arrastão, cintos de rebite, possuem longas franjas e pintam os olhos.
Bandas: Dance of Days, EMO. , Gloria, Fresno.
 
 
 
 
Com o avanço da informática e a globalização, a Internet e as redes sociais faz parte cada vez mais da realidade dos adolescentes de hoje em dia...
 
Nas redes sociais acontecem : 
Amizades Virtuais.
Os encontros virtualmente em salas de bate-papos, MSN ou Orkut.
Comunidades do Orkut: Reformam a interação do adolescente
Orkut, Sonico, MySpace, Facebook, Twitter, Hi5.
 
Hoje as redes sociais  formam tribos, grupos, os adolescentes fazem com ela sua forma de ver o mundo virtualmente.
Nas tribos compreendemosm, segundo os autores citados que os adolescentes  aprendem e se comportam de acordo com o modelo representativo que encontram em suas tribos. Vemos também como a tribo em geral sofre a
mesma influência de modelos, algumas tribos elegem um modelo histórico, um personagem para basear seu modo de vestir e suas ideologias.
As tribos mais comuns da atualidade são os Punks, Emos, Góticos, Hip Hoppers, Skatistas, como mostrado
logo acima algumas delas, que não somente reuni adolescentes, mas também pessoas de todas as idades. O objetivo de uma tribo adolescente é, ao fundar sua ideologia e lutar por uma causa, se diferenciar do resto do mundo e com isso encontrar sua identidade.
 
Referências
 
CALHAU L B. BULLYNG, CRIMINOLOGIA E A CONSTRUÇÃO DE ALBERT BANDURA. Palestra preferida
no I Fórum paraibano de Combate ao Blulyng e incentivo á cultura de paz. João Pessoa ( PB), dia 28.03.08.
 
FARIA S. M, LEÃO I. B. ADOLESCÊNCIA : UM CONCEITO DE ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO
PSICOSSOCIAL DEFINIDO HISTORICAMENTE.  2007[Internet]. Disponível em :
 
PIAGET, J e INHELDER, B. DA LÓGICA DA CRIANÇA A LÓGICA DO ADOLESCENTE, São Paulo : Ed. Pioneira,
1976. 260p. (Capítulo XVIII).
 
SHAFER D. R. PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO. Thompson Pioneira, 2005.
 
 

 

 

 

Identidade e formação de gênero

03-12-2010 10:47

   

Desde o nascimento, o gênero do indivíduo (menino ou menina) é uma característica importante que influencia no modo como as pessoas reagem a este individuo.

A sociedade como um todo espera que homens e mulheres se comportem de modo diferente e assumam papéis diferentes na sociedade. As crianças, desde muito pequenas, passam por um processo no qual adquirem uma identidade, motivações e comportamentos adequados para o seu gênero. Porém, essas diferenças são apenas psicológicas ou comportamentais.

Ser homem ou ser mulher, implica em um conjunto de características físicas, emocionais, psicológicas, sociais e culturais. O indivíduo tem que não só fisicamente se reconhecer como pertencente ao sexo feminino ou masculino, mas também aprender o jeito feminino ou masculino de ser, acima de todas as características sexuais. Em nossa cultura, por exemplo, o papel feminino é definido como cuidador, doce, cooperativo e sensível. Já o papel masculino é definido como dominante, objetivo, independente e competitivo.

Alguns estudiosos dizem que não escolhemos nossa orientação sexual, ela acontece naturalmente. Outros acreditam que os indivíduos são capazes de optar por escolhas heterossexuais (pelo sexo oposto), homossexuais (pelo mesmo sexo) ou bissexuais (por ambos sexos).  Através de estudos recentes, acredita-se que parte dessa resposta se encontra no código genético, sendo que o ambiente também contribui para o desenvolvimento da orientação sexual. Outra visão aponta que o sexo pode ser determinado biologicamente, porém, a identidade sexual é estabelecida durante a infância e tende a permanecer a mesma por toda a vida, mas ainda não descobriram quais fatores contribuem mais para tal escolha.

Deve-se distinguir o comportamento homossexual, freqüente na infância e na adolescência (normalmente motivado pela curiosidade das mudanças físicas), do homossexualismo, que é a incapacidade de sentir-se atraído pelo sexo oposto.

Na puberdade pode haver um rápido aumento do comportamento homossexual pelo fato dos adolescentes estarem mais ligados intimamente com companheiros do mesmo sexo, ou seja, seus amigos, com quem conversam sobre sexualidade. Porém, esse contado geralmente causa sentimento de culpa e constrangimento entre eles. Nessa fase o adolescente busca apenas sua identificação sexual e um lugar na sociedade.

Os adolescentes podem se sentir ansiosos e até mesmo deprimidos por possuírem uma orientação homossexual pois, normalmente, isso gera a rejeição da família ou o abuso físico e verbal da sociedade caso sua orientação for conhecida. Por isso, muito jovens não assumem sua orientação homossexual.

Embora a sociedade considere a homossexualidade como um desvio do comportamento sexual, o homossexualismo não é uma anormalidade, e sim uma condição normal de uma parcela da população e está presente em todas as culturas e sociedades.

  

 

AUTORAS:

Aline Assami Outa

Andréia Borsato Lopretto

Deise Aparecida dos Santos

Juliana Neves Pereira

Maira Bover Giatti

Paloma Terumi Sá Miyai

 

 

 REFERÊNCIAS   

 

ALVES, J. C. Garotos e garotas, a dança dos diferentes. 1 ed. São Paulo: Editora Moderna, 1998.

ANGELI, H. A. T. A problemática sexual na adolescência. Dissertação de Mestrado na Universidade de São Paulo - Psicologia Escolar. São Paulo: 1986.

PAPALIA, D. E.; SALLY, W. O.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 8 Ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

SHAFFER , D. R. Psicologia do Desenvolvimento: infância e adolescência. São Paulo: Thomson, 2005.

Relacionamentos na Adolescência

03-12-2010 10:29

 

 Ao observarmos ao longo dos séculos percebemos que há uma grande diferença entre a época moderna e século XIX e começo do século XX, onde as relações “amorosas” estabelecidas muitas vezes vinham cedo na vida do jovem, com interesse em uma relação econômica/social.

Então, relações ocorriam até mesmo sem os jovens se conhecerem ou sem nenhum contato físico, sendo que os parceiros eram escolhidos pelos pais, os quais arranjavam casamentos com intuito financeiro e de posição social. Sempre com muita tradição familiares e obrigações morais, os casamentos realizados eram impossibilitados de terminarem.

Ao longo do tempo os relacionamentos, ou as constituições familiares começam a ser diferenciados pela presença do amor romântico, o qual muda a visão do intuito das relações.

As relações então começam a ter um sentido afetivo, onde o desejo do individuo é levado em conta, sendo este atraído pelo parceiro através da simpatia, atração física, correspondência afetiva, e ainda sim há o interesse na classe ou grupo social, porem desta vez.

Assim observa-se que nesta mudança na busca pelo parceiro, há a procura pelo no “bom partido”, que tem requisitos socioeconômicos e pessoais, por grupos de idade, classe social, tipo de educação, religião, tipo racial, etc. então, mesmo que não igual a tempos passados algumas regras tradicionais e preliminares ao namoro persistiram, mesmo não obedecidas totalmente.

Essas diferenciações nas atitudes de pré-namoro, sexuais e nos namoros, casamentos e noivados foram evoluindo pela evolução de diversos fatores, como: meios de transporte; emancipação da mulher; maior escolarização; ambos os sexos com profissionalização; varias opções de lazer; formação de lugares urbanos para ambos os sexos (bares, baladas,...); inovação dos métodos anticontraceptivos; permissão de divórcios; novas vestimentas; avanço dos meios de comunicação; entre outros.

O início das escolhas amorosas iniciou-se nos séculos 30, 40 e 50, com o footing, onde moças com suas amigas avaliavam seu tipo de interesse nos rapazes, ocorrendo um flirt, mais conhecido como flerte, onde tem-se a sedução por olhares, sorrisos e gestos.

A partir das revoluções recorrentes da 2º guerra mundial renova-se o conceito sobre a sexualidade humana, não sendo necessário apenas para reprodução, sendo levado em conta com liberdade de atração e sentimentos.

Hoje já se percebe que desde crianças a o estimulo de corresponde o que a sociedade espera, havendo desde cedo brincadeirinhas de namoradinhos na escola, vendo então que está é algo natural para a sociedade. Aprende-se que há uma diferença entre sentimentos entre aquela menina ou aquele menino. 

As relações passam a ser mais fluidas, breves, instantâneas, diversificadas e instáveis a partir da aceleração do tempo, e quebras das fronteiras geográficas e psicossociais, tendo-se então sujeitos buscando menos sentimentos e mais objetividade, onde mulheres ficam mais masculinizadas com maior individualização e busca de seus prazeres. Porem ainda sim há uma busca pelo heroísmo, onde principalmente meninas buscam seu príncipe encantado.

 Além disso nossa sociedade atual tem o isolacionismo, tornando a individualização algo perigoso nas relações e aproximações mais íntimas.

 Pesar da constante aprendizagem amorosa ao longo da vida do sujeito, ele só se dá conta disso quando esta a procura de seu parceiro, para ficar com quem também busca por ele. Isso começa a ocorrer quando há liberdade do adolescente sair sozinho. O jogo amoroso começa de forma sutil como um flerte, e ao longo da experiência do jovem ele se torna menos sutil.

 Na adolescência se inicia a busca pelo sexo oposto, o que ajuda no equilíbrio emocional e na formação da personalidade fazendo até bem para o coração e outros órgãos.

 O que antes não era um namoro sério hoje se aproxima do “ficar”, onde o relacionamento é para diversão, porem antes havia mais exigências quanto a durabilidade e fidelidade, havendo mais trocas de sentimentos.

 O “ficar” é para uma realização dos desejos imediatos, um desdobramento da paquera, sendo um jogo erótico realizado a partir das formas básicas e preliminares de relacionamento afetivo e sexual entre os adolescentes, onde exercitam suas competências sexuais, sua auto-estima e vão adquirindo experiências. Pode receber também o nome (entre os adolescentes) de “morder, beliscar” (conotação de desejo).

Já o namoro pressupõe a exigência de permanência, de mais consistência na relação.

 Em vista da nova realidade do jogo amoroso, como o “ficar”, ocorreram transformações também nas atividades constitutivas do relacionamento amoroso. Regras de antigamente foram transgredidas e contestadas pelas gerações do pósguerra, tendo quase sempre a intenção de um breve e passageiro relacionamento.

 Em uma só e mesma noite podem acontecer trocas de carícias, abraços, beijos e mesmo “transar”, ou seja, troca de carinhos por um período curto sem compromisso de namoro. Alguns podem continuar juntos e, depois de uns “rolos” (“ficar” junto alguns dias, semanas, vendo se a relação vai dar certo), transformarem sua relação em namoro ou futuro casamento.

 Ainda se vê uma discriminação entre meninos e meninas, onde meninas que ficam com vários meninos, é “galinha”, havendo uma rejeição desta. Porem, quando um menino fica com varias meninas, é “pegador”, havendo uma valorização do mesmo entre amigos e até mesmo entre meninas.

 A proibição que pode ocorrer pelos pais não trará muitas soluções, está hora é necessário para o adolescente que provavelmente irá fazê-lo da mesma forma, podendo ser escondido, pois nesta época há envolvimento afetivo-sexual, diferentemente de quando se é criança recebendo carinhos de forma passiva.

 Na cultura ocidental, existem modelos sociais diferentes para a menina e para o menino. Para a adolescente mulher, por exemplo, é esperado que ela desempenhe a um determinado papel feminino em sua relação amorosa, onde lhe é ensinado que ela precisa aprender a conquistar o sexo oposto devagar, seduzindo-o, sem declarações muito abertas. Para o menino, também cabem, hoje, o uso artifícios de sedução, e além dos produtos consumíveis, existe, para ambos, o “culto ao corpo”, que deve ser bonito e “bem malhado”.

 Porém, como nem tudo é mil maravilhas a todo momento se vê que mesmo sendo considerado, pelos jovens, tão bom “ficar”, a falta de uma perspectiva de futuro produz uma sensação de desamparo e insegurança; e quando se pensa em quão bom é namorar e casar, se pensa em uma vida muito limitada e pesada pelos compromissos assumidos, encargos domésticos e dificuldades na convivência diária sendo esse por tanto um preço a se pagar para ter a segurança desejada.

 Sendo assim, se por um lado é atraente o ideário do amor romântico, pela promessa de segurança, confiabilidade, fidelidade, durabilidade e outras vantagens, por outro, também é fascinante a promessa da maior independência, autonomia, realização, diversidade e outras coisas com as quais o amor confluente acena.

 Enfim, o dilema e os sofrimentos do romance ou do “ficar” sempre estão existentes dentro dos adolescentes que querem sempre buscar o preenchimento total de seus desejos, e ao se deparar com esta impossibilidade de perfeição, há um sofrimento, quase sempre exagerado e amplificado de suas emoções e sentimentos.

 

  

Referências:

 

ALVES, J. C. Garotas e garotos – a dança da diferença. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 1997 – (Qual é o grilo?)

 

AZEVEDO, T. As regras do namoro à antiga: aproximações socioculturais. São Paulo: Ática, 1986.

 

SILVA, S.P. Considerações sobre o relacionamento amoroso entre adolescente. Cad. Cedes, 2002, 57(22):23-43.

 

GALLATIN, J. (1978). Adolescência e Individualidade: uma abordagem conceitual da psicologia da adolescência. São Paulo: Harper & Row do Brasil.

Autores:

Ana Cristina,Bárbara,Jussara,Nathália,Regiane,Stephanie.

Transtornos Alimentares

03-12-2010 10:23

 

O corpo encontra-se no centro da maior parte dos conflitos do adolescente. Durante a puberdade a transformação se dá, não somente pelo acesso à genitalidade, mas também pelo acréscimo de massa corporal em altura e peso. Seu corpo não é uma versão aumentada do corpo infantil, mas, é um corpo imaginário e desproporcional, que não mais corresponde à sua antiga imagem. A irrupção da sexualidade, que até então estava latente, desestrutura o esquema corporal até então construído. A imagem corporal é, então, ultrapassada pelas intensas transformações da puberdade e, dessa forma, a adolescência vai reeditar algo do narcisismo e do estádio do espelho. A imagem ideal, até então sustentada pelos pais da infância, torna-se altamente ameaçada frente ao olhar do Outro. Assim, o adolescente passa a buscar em seus pares, a reafirmação de sua nova imagem. Como parte de um grupo, o jovem busca o entendimento de si mesmo, das verdades e, acima de tudo busca a afirmação. A identificação simbólica é de grande importância para a compreensão das questões na adolescência, pois aponta para o Outro, uma posição externa, como possibilidade de articulação do universo de identificações (GARRITANO, SADALA, 2009).

De acordo com Pedretti e Vasconcelos (2006): “A perfeição estética relega status, fama, dinheiro e reconhecimento da sociedade a um indivíduo” (p. 2), mas contrapondo-se a essas características denominadas positivas surgem alguns males, como stress, ansiedade, baixa auto-estima, depressão, obsessão e transtornos alimentares.

Nos últimos anos a anorexia e a bulimia tornaram-se a cada dia mais comum, já que pela saúde e pela beleza, alguns adolescentes, em especial as meninas, entram em uma luta constante para perder peso. Em muitos casos, essa luta acaba se tornando uma patologia. (PAPALIA; OLDS, 2000).

 

ANOREXIA

 

A anorexia é identificada a partir de um sintoma chave, a distorção da imagem corporal, mas este pode se apresentar das mais diferentes formas, algumas delas são: deixar de realizar refeições, já que apenas em fazes avançadas a pessoa não come; assumir dietas inapropriadas e pobres em calorias; pesar-se constantemente; ao ser questionado sobre alimentação, irritar-se facilmente; realizar muitos exercícios físicos, e, em alguns momentos, comer exageradamente, algo que é seguido por uso de laxantes ou estimulação ao vômito. (BANCO DE SAÚDE5, 2010).

O diagnóstico da anorexia é realizado através de consulta clínica com o paciente e a família, podendo ser necessários exames complementares. O tratamento deve ser iniciado logo depois da confirmação da anorexia e é amplo, já que inclui acompanhamento psiquiátrico, utilização de psicofarmacoterapia, com medicamentos antidepressivos ou antipsicóticos; acompanhamento médico clínico, para tratamento de eventuais complicações, internação em casos extremos; acompanhamento nutricional para recuperação de peso e reabilitação alimentar, e acompanhamento psicológico, para que a(o) anoréxica(o) se torne conscientes sobre seus atos, podendo assim modificá-los, muitas vezes esse tratamento é estendido a família.(BANCO DE SAÚDE4,6, 2010)                                                                                                                                               

  

                                                                                                              

BULIMIA

 

            Os pacientes com bulimia apresentam alguns sintomas semelhantes aos com anorexia, por exemplo, a predominância no sexo feminino e a ocorrência me sua maioria entre adolescentes e mulheres jovens, porém, de forma pouco mais tardia do que na anorexia, por volta dos 18 anos. Muitas vezes os familiares não percebem o transtorno, pois não há perda de peso significativa, por isso os sintomas passam despercebidos durante muitos anos. (AZEVEDO; ABUCHAIM,1998).

            Na bulimia nervosa as jovens, se entregam a comidas rápidas, geralmente de duas horas ou menos e depois pelo sentimento de culpa pelo alto consumo de calorias acabam induzindo o vômito, caracterizando o sintoma principal da bulimia. Fazem dietas severas, uso de laxantes, diuréticos, e fazem exercícios rigorosos. A pessoa com esse transtorno é obcecada pela forma e pelo peso, assim a Bulimia Nervosa se caracteriza por uma grande ingestão de alimentos de uma maneira muito rápida e com a sensação de perda de controle (chamados episódios bulímicos). Os episódios são acompanhados de métodos compensatórios inadequados para o controle de peso, como: vômitos auto-induzidos, utilização de medicamentos (por exemplo, os laxantes e inibidores de apetite), dietas e exercícios físicos. (PAPALIA, OLDS, 2000; AZEVEDO, ABUCHAIM, 1998).

                                                                                                                 

OBESIDADE

 

A grande maioria dos adolescentes ingere mais calorias do que gastam, sendo assim acabam ganhando peso. Nos Estados Unidos a obesidade é o traNstorno mais comum, e cerca de 5% dos adolescentes são obesos. (PAPALIA; OLDS, 2000)

               

A obesidade pode ser classificada em quatro tipos: Obesidade Hiperfágica (compulsivo ou não, ainda não existe um regra para enquadrar um obeso na classe dos hiperfágicos, isso será observado apenas pelo inquérito alimentar adequado); Obesidade Metabólica (ingerem a quantidade certa da dieta e mesmo assim continuam engordando ou não perdendo peso, isso se dá por conta de uma anormalidade hormonal e assim a pessoa tem baixo metabolismo o mais comum desse problema é o hipotireoidismo); Obesidades Iatrogênicas (drogas psicotrópicas e corticosteróides comumente provocam ganho de peso) e a Obesidade genética (fatores genéticos também podem levar a obesidade, doenças genéticas raras com características dismórficas) (COUTINHO, 1998).

            O tratamento da obesidade se baseia no seguimento de uma dieta restritiva de baixas calorias e prática de atividades físicas regularmente, além da opção do uso de medicações para emagrecer e realização de cirurgias para perder peso, conhecidas como cirurgias bariátricas. O tratamento é multidisciplinar, envolvendo profissionais das mais diferentes áreas da saúde, entre eles médico endocrinologista e nutricionista, o psicólogo também pode ser necessário se for constatado algum problema emocional relacionado a doença. (BANCO DE SAÚDE18, 2010; MATOS, BAHIA, 1998).                                                                                                     

                                                                                                                   

TRANSTORNO DO COMER COMPULSIVO

É definido como uma quantidade de alimento maior do que uma pessoa poderia comer durante um período de tempo. O transtorno do comer compulsivo é outro transtorno caracterizado pelos episódios de bulimia. Esse ataque não vem com vômitos, uso de laxantes, ou exercícios físicos exagerados como nos outros transtornos (APPOLINÁRIO, 1998)

                                                                                                                 

 

Veja abaixo dois vídeos referentes a transtornos alimetares. Sendo o primeiro o depoimento da novela "Viver a Vida" transmitida pela rede Globo de televisão, no ano de 2009/10 que trata o tema Anorexia. O segundo traz outros trantornos menos conhecidos, mas que não deixam de fazer parte do dia-a-dia das pessoas.

Depoimento

https://www.youtube.com/watch?v=tyTcQy7viLc

Outros transtornos

https://www.youtube.com/watch?v=IKPPxWeu1qU&feature=fvst

 

Integrantes:

Adriana Navarro

Aline Duarte

Camila Ferreira

Cristiane Kumayma

Natália Cavalcante

Thamara Bensi

 

 

REFERÊNCIAS

 

APPOLINÁRIO, J.C. Transtorno do Comer Compulsivo. In: NUNES, M.A.A; APPOLINÁRIO, J.C. ABUCHAIM, A.L.G; COUTINHO, W. Transtornos alimentares e Obesidade. Porto Alegre: Artmed, 1998

 

AZEVEDO, A.M.C; ABUCHAIM, A.L.G. Bulimia Nervosa: classificação diagnóstica e quadro clínico. In: NUNES, M.A.A; APPOLINÁRIO, J.C. ABUCHAIM, A.L.G; COUTINHO, W. Transtornos alimentares e Obesidade. Porto Alegre: Artmed, 1998

 

BANCO DE SAÚDE4 Anorexia – Diagnóstico. 2010. Obtido em <https://www.bancodesaude.com.br/anorexia-nervosa/diagnostico-anorexia-nervosa>

 

BANCO DE SAÚDE5. Anorexia – Sintomas. 2010. Obtido em <https://www.bancodesaude.com.br/anorexia-nervosa/sintomas-anorexia-nervosa>

 

BANCO DE SAÚDE6. Anorexia – Tratamento. 2010. Obtido em <https://www.bancodesaude.com.br/anorexia-nervosa/tratamento-anorexia-nervosa>

 

BANCO DE SAÚDE18. Obesidade – Tratamento. 2010. Obtido em <https://www.bancodesaude.com.br/obesidade/tratamento-obesidade>

 

 

COUTINHO, W. Obesidade: conceitos e classificação. In: NUNES, M.A.A; APPOLINÁRIO, J.C. ABUCHAIM, A.L.G; COUTINHO, W. Transtornos alimentares e Obesidade. Porto Alegre: Artmed, 1998

 

GARRITANO, E.J; SADALA, G. O adolescente e a cultura do corpo na contemporaneidade. Inter-Ação, Goiânia, v. 34, n. 2, 2009. Disponível em: <https://www.revistas.ufg.br/index.php/interacao/article/view/8506>

 

PAPALIA, D.E; OLDS, S.W. Desenvolvimento Humano 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

NUNES, M.A.A.; RAMOS, D.C. Anorexia Nervosa: classificação diagnóstica. In: NUNES, M.A.A;

 

APPOLINÁRIO, J.C. ABUCHAIM, A.L.G; COUTINHO, W. Transtornos alimentares e Obesidade. Porto Alegre: Artmed, 1998

O PAPEL DO ESPORTE E DO LAZER NO DESENVOLVIMENTO DO ADOLESCENTE

03-12-2010 10:12

 

 

        Entre as novidades gestadas na modernidade encontramos o contexto do lazer e do esporte, que têm sido adotados como auxiliares nas tarefas do desenvolvimento do adolescente. Porém, nem sempre foi assim. O Ocidente vislumbra, a partir do século XVIII , com o fenômeno da Revolução Industrial, uma nova forma de relacionamento entre as pessoas. Os camponeses, que até então viviam em contato direto com a natureza, um mundo onde não havia separação entre trabalho, convivência familiar e lazer, migram para o centro urbano industrializado. Ocorrem neste período grandes transformações, o tempo do trabalho artesanal realizado na família, em ritmo biológico, passa a ser o tempo em que o trabalho é realizado individualmente e no ritmo comandado pelas máquinas. É inaugurada a dicotomia tempo de trabalho – tempo de não trabalho. Com o fenômeno da computação o ritmo torna-se, então, frenético. As pessoas trabalham, assumem inúmeros compromissos, consomem, viajam em um ritmo acelerado.

        A adolescência é um período de transição, cuja duração não é claramente definida. É consenso, entre vários autores de diversas abordagens, que seu início coincide com o início da puberdade, mas seu final tem se estendido cada vez mais e muitas vezes nem se consegue perceber quando acaba. O corpo do adolescente é marcado por muitas transformações tanto físicas, hormonais, quanto comportamentais e psicológicas.  Neste período do desenvolvimento, o lazer é inserido com a preocupação de auxiliar no enfrentamento e na resolução de problemas sociais e pessoais. Os adolescentes podem variar muito e rapidamente em relação ao humor e comportamento: agressividade, tristeza, felicidade, agitação, preguiça e até a necessidade de isolamento são comuns neste período. É preciso conhecer estas transformações e dificuldades e, principalmente, os interesses de lazer do adolescente.

        A definição de lazer, também não é consenso entre os autores. Pode ser entendido como um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, para repousar, divertir-se, entreter-se... livrar-se das obrigações sociais, familiares e profissionais (DUMAZEDIER apud MARCELLINO 2000). Outra definição bastante próxima acrescenta à escolha livre do indivíduo condições de recuperação psicossomática e de desenvolvimento pessoal e social (REQUIXA apud MARCELLINO 2000). De qualquer forma, percebe-se nelas funções especificas como: função do descanso; função de divertimento, recreação e entretenimento; e função de desenvolvimento.

        Segundo a teoria dos estágios de desenvolvimento proposta por Piaget, o adolescente se encontra no estágio das Operações Formais (dos 11 ou 12 anos de idade em diante). É neste estágio que o sujeito começa a raciocinar de forma lógica sobre processos hipotéticos, caracterizando o pensamento hipotético-dedutível, ou seja, seu pensamento não se encontra necessariamente vinculado ao que é factual, como no caso dos sujeitos que se encontram no estágio anterior (Operacional Concreto). O estágio operacional formal proporciona o caminho para “pensamentos sobre as possibilidades de vida, formação de uma identidade estável e compreensão mais rica sobre as perspectivas psicológicas de outras pessoas e as causas para seus comportamentos” (SHAFFER, 2005, p 240), além da possibilidade de tomada de decisões pessoais e compreensão das possíveis consequências para si e para os outros.

        Para Vigotsky é através da interação social que o ser humano aprende, se desenvolve e cria novas formas de agir no mundo.  As características e até mesmo as atitudes individuais estão impregnadas de trocas com o coletivo, ou seja, aquilo que tomamos, por mais individual de um ser humano, foi construído a partir de sua relação com o indivíduo. A emoção e afetividade da cognição não podem ser separadas, estas são características interrelacionadas de grande importância para o desenvolvimento do indivíduo.

        Já para Wallon, a adolescência é a fase qual emerge um novo corpo, e o indivíduo necessita apropriar-se dele. Nesta fase, externalizações exageradas, como tom de voz elevado e muita movimentação, são comuns, pois ajudam o adolescente a compreender as mudanças causadas pela puberdade. Nesta fase do desenvolvimento, existe uma predominância da dimensão afetiva da personalidade, tornando-a mais intensa. Uma das características mais marcantes desta fase é a ambivalência de atitudes e sentimentos resultantes do desequilíbrio interior. Esta ambivalência faz surgir necessidades como conquista, independência, necessidade de ultrapassar os limites cotidianos, surpreender e se unir a outros jovens que pensam da mesma maneira. O grupo é de suma importância para ambas as teorias, pois assim como para Vigotsky, as relações dialéticas com a cultura e com os indivíduos constroem o self e as funções mentais superiores.

        Adolescentes de distintas épocas, lugares e ambientes sociais procuram constantemente dar as suas ações um estilo de vida que lhe seja peculiar, estilo este muitas vezes caracterizado pela inovação e pela negação dos valores considerados tradicionais. Percebe-se nos jovens a necessidade de fazer parte de um grupo. As amizades são importantes e dão aos adolescentes a sensação de pertença.

        O lazer assume, nesse sentido, um contexto de possível realização destas expectativas, atrelado aos valores e significados que influenciam e são influenciados pelo modo de vida deste jovem em sua cultura mais ampla. Assim, estar atento às distintas formas de uso e apropriação do tempo livre do adolescente é de grande importância para reflexões sobre o comportamento do jovem na sociedade da qual faz parte. O estudo do lazer pode ser considerado um meio de se ter acesso às informações sobre a cultura jovem.                                                                                 

        O período de lazer é fundamental para o desenvolvimento do jovem, auxilia tanto o físico como o social, proporciona o alívio das tensões individuais devido aos problemas sociais. É um elemento de integração com outras pessoas e possibilita o desenvolvimento de seu repertório cultural. Pode desencadear consequências positivas ou negativas.Tem função positiva, quando é capaz de favorecer o equilíbrio emocional, estimular a realização do self, influenciando no alto conceito e reafirmar de bons hábitos. Sua função se torna negativa, quando este tempo é aproveitado de forma não adequada para a sociedade.          

        Juntamente com o lazer, a prática do esporte também é uma atividade que ganha nova conotação na modernidade. As competições esportivas acompanham o desenvolvimento da humanidade. Já na Grécia antiga, os jogos olímpicos agregavam diferentes nações e diferentes indivíduos.

        A prática de esportes é importante para um bom desenvolvimento físico, já que contribui para o equilíbrio da ingestão e do gasto de calorias e para diminuir a predisposição a doenças. Além disso, estimula a socialização e eleva a auto-estima do sujeito, podendo também servir como um “antídoto” natural de vícios. A prática de um esporte proporciona benefícios também no desenvolvimento moral e na formação do caráter do adolescente, além de exigir responsabilidade para com o grupo, pois pede o cumprimento de regras e entendimento de relações de causa-consequência, o que é fundamental, pois muitas vezes, quase não existem restrições aos adolescentes da atualidade.

        Outra contribuição importante do esporte é o preparo do jovem para situações que envolvam frustração, situações estas que ninguém escapa de enfrentar. É na derrota ou ao ser preterido para o time, por exemplo, que o jovem experimenta este sentimento, e a prática do esporte possibilita que o enfrente de forma saudável, sem recorrer a uso de drogas (lícitas ou ilícitas).

        A escolha da atividade física deve considerar dois aspectos: a aptidão física e o interesse pessoal. O adolescente, ao ser chamado a praticar esportes que exigem condições físicas não adequadas ao seu nível físico e que não fazem parte de sua área de interesse, pode estar fadado ao insucesso e, consequentemente, à frustração.

        As diversas modalidades de esporte possibilitam desenvolvimentos mais específicos diferentes uma das outras. Os esportes coletivos (como futebol, vôlei, basquete, pólo aquático e outros) proporcionam o desenvolvimento da cooperação, organização de espaço e tempo, solidariedade e divisão de metas e funções. Os individuais (como natação, tênis, lutas em geral, atletismo e outros) estimulam a auto-confiança, responsabilidade, independência e percepção corporal (posição, deslocamento, equilíbrio, peso e distribuição).

        Nas últimas décadas aumentou consideravelmente o número de crianças e adolescentes matriculados em escolas de iniciação esportiva, de dança, de musculação e de outras atividades extras curriculares, de acesso restrito a uma classe social, que satisfazem às necessidades familiares de ocuparem o tempo de seus rebentos. A prática esportiva, em alguns casos, passa a ter um caráter consumista e desvinculado da real possibilidade de desenvolvimento integral do adolescente.

        Porém, o que se percebe na sociedade pós moderna, consumista e midiática, é que para alguns adolescentes a prática do esporte e do lazer não é efetiva. Pinto (1997) adota o termo “Deficiente Social” para os que indivíduos que por força sócio-político-cultural não desfrutam de seus direitos assistidos por lei. Diante do cenário de exclusão o Estado cria diretrizes, como o Eca, para resguardar os valores que compõem o desenvolvimento de potencialidades globais. Embasados por essas leis grupos preocupados com o desenvolvimento pleno dos adolescentes criam atividades de reposicionamento social, geralmente essas atividades são esportes (dança, capoeira, futebol), ou seja, atividades que alinham o ser biológico ao ser social. Assmann afirma que somente uma teoria do corpo pode fornecer qualificação para uma vida social produtiva.

        Neste contexto, a escola é um lugar privilegiado para a prática de atividades prazerosas, capaz de proporcionar atitudes sadias que estimulem as potencialidades e habilidades do adolescente.

    Porém, em qualquer que seja o local determinado para o exercício das práticas esportivas e de lazer, é fundamental a participação e o acompanhamento dos pais nas atividades, mas com o cuidado devido para que não ocorram cobranças de performances, além daquelas que são adequadas ao desenvolvimento físico e da área de interesse do adolescente.

 

Autores: Caroline Oliveira, Joan Gesueli, Juliana Lopes, Maria Regina Conte, Neliane Bettiol e Sara Redivo

REFERÊNCIAS: 

ALMEIDA, C. M. H.; TAGLIARI, I. A. Atividades costumeiras dos adolescentes no tempo livre de um colégio na Mangueirinha-PR. Disponível em: <https://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1625-8.pdf?PHPSESSID=2010012508181580> Acesso em: 11 nov 2010.

ANTEGHINI, M.R. A importância do esporte na adolescência. Disponível em: <https://www.afinidades.com.br/servicos/direitos/AImpotanciaDoEsporte.htm> Acesso em: 01. Nov. 2010.

ANTUNES, A. D. A importância do esporte da adolescência. Disponível em: <https://www.chacaraklabin.com.br/colunas/colunas.asp?n_colunista=25&coluna=2> Acesso em: 25 set 2010.

ASSMANN, H. Paradigmas educacionais e corporeidade. Piracicaba: UNIMEP, 1994.

BRANDÃO, M.R.F, MACHADO, A.A., Coleção Psicologia do Esporte e do Exercício, Vol 1 Teoria e Aplicação, São Paulo, Atheneu, 2007.

FISBERG, M.; PRIORE, S. L.; VIEIRA, V.C.R. A atividade física na adolescência Disponível em: <https://ral-adolec.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-71302002000100007&lng=es&nrm=iso> Acesso em: 06 nov. 2010.

GASPÁRI, J. C.; SCHWARTZ, G. M. Adolescência, Esporte e Qualidade de Vida. Disponível em: <https://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/07n2/gaspari.pdf> Acesso em: 25 set 2010

MAHONEY,A. A; ALMEIDA, L. R.(org). Henri Wallon. Psicologia e Educação. São Paulo, Ed Loyola,2009.

MARCELLINO, N.C.N.  Lazer e Humanização, 4ª ed Campinas SP, Papirus, 2000.

FAMÍLIA E ADOLESCÊNCIA

02-12-2010 17:01

A FAMÍLIA E A ADOLESCÊNCIA

 

AUTORES: DENISE, ELIÚDE, JEAN, MARCELLO, MICHELLE, VIVIAN.

Para se obter algum conhecimento acerca do ser humano é necessário compreender, antes de mais nada, suas amplas dimensões que, em conjunto, constituem o homem. Dimensões estas que abrangem a biologia, o social, o cultural, o temporal, as crenças políticas e religiosas, a história de vida, a psicologia. 

O contexto no qual todo ser humano nasce e se desenvolve tem influências decisivas e permanentes no desarrolhar do seu desenvolvimento, seja ele fisiológico, psicológico, intelectual. Assim, o cenário no qual e a partir do qual atuamos desde nosso nascimento complementa e estrutura nosso desenvolvimento (WAGNER et al, 2002).

Elkind (1972) cita Piaget, argumentando que nessa fase do desenvolvimento, o indivíduo encontra-se no estágio das operações formais em que o jovem começa a construir opiniões próprias e contrariar os fatos, tendo assim seu próprio pensamento, construindo idéias e podendo raciocinar sobre elas; sendo nessa mesma fase e dentro do contexto familiar, a introdução espontânea de conceitos como credo, fé e entendimentos religiosos.

A fase crítica deste desenvolvimento tem início a partir da chegada da puberdade e o desenvolvimento das características sexuais secundárias, fase esta culturalmente denominada de adolescência. Segundo Calligaris (2000) a adolescência consiste em uma das mais poderosas formações culturais de nossa contemporaneidade. E, dentro desta formação cultural, generalizou-se o adolescente como aquele jovem que está passando por uma fase de conflito entre o deixar de ser criança e o não reconhecimento em ser adulto. Segundo ainda Wagner et al, o adolescente, em sua inquietude e ânsia de conhecer o mundo e seus prazeres imediatos, encontram dificuldades em enxergar ou atingir o equilíbrio entre o imaginário e o real e, neste ponto, a família torna-se fundamentalmente importante.

A família, então, tem aparecido, contemporaneamente, como uma instituição a partir da qual se pode utilizar como referencial para o desenvolvimento das crianças e jovens (SZYMANSKI, 2002).

O modelo nuclear de família que hoje conhecemos somente consolidou-se a partir do século XVIII (ARIÈS, 1978). Esta família “moderna” diferencia-se da família medieval por conter em sua constituição atitudes principalmente em relação às crianças. Se antes as crianças eram consideradas e vistas como pequenos adultos sendo muitas vezes tratadas como empregados, hoje, crianças e adolescentes possuem direitos garantidos em lei. Há deste modo, uma nova forma de intimidade entre pais e filhos (BRUSCHINI; RIDENTI, 1994). Ainda segundo estes autores, família é um grupo social dinâmico, em constante transformação devido a fatores socioeconômicos e demográficos.

A partir desta perspectiva, um novo perfil da família contemporânea do século XXI pode ser impresso. O ingresso da mulher e mãe no mercado de trabalho, o maior número de separações e divórcios, a produção independente, a divisão de tarefas entre o casal, compartilhando custos e aspectos referentes à educação de seus filhos entre outros constituem este novo perfil (WAGNER, 2005).

A família, assim, apresenta-se como a primeira instituição socializadora, como organizadora da sociabilidade das crianças e jovens como também dos laços emocionais entre seus membros constituintes (FORTE, 1996). Seus membros se unem pelo sentimento, o costume e o estilo de vida.

Segundo Colli (1983), a família exerce função marcante no processo de desenvolvimento da criança e adolescente, permitindo o estabelecimento de relações com outros grupos e instituições. Segundo ainda a mesma autora, deve-se considerar o nível econômico, grau de escolaridade, ocupação, habitação, relacionamento afetivo entre os pais como fatores que também fazem parte do mundo da criança e adolescente e influenciam em seu desenvolvimento. A mesma autora descreve, ainda, alguns aspectos da família, classificando os pais em:

Construtivos: são os pais que reconhecem e participam de todo processo de crescimento e amadurecimento de seus filhos;

Pais perfeccionistas: São os pais que se consideram perfeitos e que, assim, possuem a capacidade de planejarem a vida de seus filhos, não levando em conta os desejos dos mesmos.

Pais permissivos: pais que oferecem ao filho tanto facilidades econômicas quanto de responsabilidade.

Pais rígidos: pais autoritários que ao negarem ao filho o reconhecimento de seu crescimento, não proporciona a ele condições de aprendizado para o ingresso no mundo adulto. Acreditam que o filho é imaturo e incapaz, despreparado.

Pais que vivem através do filho: pais que transferem ao filho todas as expectativas dos desejos que não foram realizados por eles.

Pais destrutivos: são aqueles desinteressados e negligentes, promovendo uma situação de carência afetiva a seu filho, não dando suporte ao crescimento da criança e adolescente.

Pais ambivalentes: pais que apresentam dificuldades em lidarem a crescente independência de seu filho adolescente. Esperam bons desempenhos, mas ao mesmo tempo sempre consideram o filho como incapaz de bom desempenho.

Pais que se sentem fracassados: pais que se consideram rejeitados pelo filho, apesar de acharem que fizeram o melhor para ele.

Pais adotivos: são os pais que acham que, por ter recebido um lar adequado, o adolescente não tem o direito de questionar ou reclamar dos pais.

Pais em conflito: aqueles que apresentam dificuldades pessoais dos mais variados tipos e acabam transmitindo isso na relação com seu filho em desenvolvimento.

Ausência de pais: pais ausentes por morte, separação, abandono ou ausência de maneira figurada. Estes passam a ser substituídos eventualmente por outros familiares faltando, algumas vezes, ao adolescente aquele referencial e toda uma relação específica e necessária ao desenvolvimento.

Assim como os adolescentes vivenciam momentos de tensão entre a dependência em relação aos pais e a necessidade de se libertarem, os pais também têm sentimentos confusos. Essas tensões costumam levar a conflitos familiares, e os estilos parentais de criação podem influenciar suas formas e suas resoluções (PAPALIA, 2009).

Para Shaffer (2008), a família pode ser considerada nuclear, quando é constituída por uma mãe, um pai e um primeiro filho, sendo considerado como um sistema muito complexo, em vista que estão em um processo de influencias recíprocas (chamado de efeito direto), onde cada membro afeta e é afetado pelo comportamento dos demais. Um outro sistema de função parental é a coparentalidade, onde ambos os pais se apoiam mutualmente funcionando como uma equipe que “trabalha” cooperativamente. O mesmo autor cita a família extensa, onde pais e filhos convivem com outros parentes, como por exemplo, avós, tios ou primos, e que nos dias de hoje vem se tornando cada vez mais comum.

PAPALIA (2009) apresenta como estilos parentais o democrático e o severo-autoritário. O democrático consiste naquele no qual os pais exercem sua autoridade através de regras, normas e valores, mas estão dispostos a ouvir, explicar e negociar. Encorajam os filhos a formarem suas próprias opiniões e exercem controle apropriado sobre a conduta deles, mas não sobre seu senso de identidade. O severo-autoritário pode ser extremamente contraproducente na educação dos adolescentes, pois eles ao invés de seguir as regras, procurarão em amigos e colegas apoio para essa fase que estão passando. Na maioria das vezes, junto a essa “nova família” e em busca de aprovação, acabam por quebrar regras, negligenciar as tarefas da escola e seus próprios talentos.

Em torno do ritmo de desenvolvimento dos adolescentes rumo à independência, discussões entre eles e seus pais sobre o grau de liberdade que devem ter para planejarem suas atividades, seus horários tornam-se frequentes, resultando em uma atmosfera familiar estressante (PAPALIA, 2009). Os conflitos são mais brandos no início da adolescência, porém se intensificam no desenvolvimento deste período, diminuindo de frequência no final desta fase, já que ocorre adaptação às mudanças desse período e reequilíbrio do poder entre pais e filhos. Ainda segundo Papalia (2009), a situação de conflito depende, obviamente, da personalidade do adolescente e do tratamento que os pais os concedem. Alguns pais encaram de maneira natural essa fase, e outros encaram como um “pesadelo”. Se os pais agirem com afeto e demonstrarem apoio aos adolescentes, eles podem passar por essa fase sem grandes danos.

Para Papalia (2009), muitos fatores podem afetar a relação familiar (pais-filhos) durante a adolescência. Famílias em que os pais estão sobrecarregados pelo trabalho tendem a apresentar mais conflitos com os filhos. As mães mais sobrecarregadas tendem a ser menos carinhosas e acolhedoras, e os filhos tendem a ter mais problemas de comportamento. Muitas vezes a diminuição dos conflitos em família pode até ajudar no desenvolvimento do adolescente, mesmo em relação a seu próprio modo de enfrentar e resolver problemas. Eles se sentem mais competentes e mais independentes. Para tal, é importante haver um envolvimento por parte dos pais para melhor desenvolvimento dos adolescentes. Pais que sofrem perda de emprego ou baixa salarial tendem a se deprimir com mais facilidade, e acabam por se tornar negativos quanto ao papel de pais e em contra partida os filhos se sentem rejeitados e passam a se sentir deprimidos e a ter problemas escolares e de socialização. Em contrapartida, famílias que recebem apoio de familiares ou da comunidade, tendem a manter o tratamento afetuoso aos filhos e a ajudá-los a ficar longe de problemas.

Para verificar o real sentimento dos adolescentes com relação às suas famílias, uma pesquisa foi realizada com 31 adolescentes de 12 a 13 anos de uma escola pública de Santo André na qual revelaram suas opiniões sobre suas respectivas famílias. As perguntas englobavam frases para serem completadas com a primeira coisa que lhes viesse a cabeça. Foram elas: "Minha família é...", "Gostaria que minha família fosse...", "A relação com minha família é...", "Se pudesse mudar algo em minha família, mudaria....", "Minha própria família será..." e "Classifique de 1 a 10 sua relação com sua família". Pode-se perceber com as respostas dadas à pesquisa que aparentemente, as crianças se encontram felizes com suas famílias, definindo-as como legal, a melhor do mundo, perfeita, etc. Os adolescentes ainda definiram que ter uma família mais rica seria o desejo mais frequente, o que pode ser reflexo da realidade local onde a pesquisa fora efetuada; em contrapartida, pode-se também perceber o desejo dos indivíduos em ter uma família mais unida, mais liberal ou compreensiva levando-nos a acreditar que os adolescentes não carecem só de bens materiais, mas que também requerem amor e atenção e uma boa relação dentro de casa com os pais e a família. Quando indagados sobre sua futura família, a maioria das respostas dadas expressaram a vontade de ter uma família mais unida. Outros fatores  como honestidade, felicidade e terem que batalhar demonstram que os desejos dos jovens entrevistados primam por valores morais, contrastando com o fator riqueza demonstrando dessa forma, que “ser rico” os ajudaria a obter status e bens materiais, mas que os valores morais ainda representam um índice superior nas opiniões dos jovens em questão.

Assim como os laços familiares podem extrapolar os limites de uma moradia, nem sempre as pessoas que moram na mesma casa constituem uma família. Casa e família não são a mesma coisa, mas essa separação não é evidente ao senso comum. Enquanto o domicílio é apenas uma unidade material de produção e de consumo, a família é um grupo de pessoas ligadas por laços afetivos e psicológicos.

Através da família a criança e o adolescente vão se desenvolvendo e se relacionando com outros grupos e instituições, e para tal deve-se considerar todos os fatores que possam influenciar esse desenvolvimento, tais como o nível econômico, grau de escolaridade, ocupação e habitação de suas famílias, entre outros. (COLLI, 1983)

Percebeu-se pelas respostas obtidas com a utilização do questionário, que os adolescentes em alguns momentos se sentem felizes e satisfeitos com suas famílias, mas que em outros, gostariam de possuir uma família diferente, como foi corroborado por Wagner et al (2002) ao refletir sobre a inquietude e ânsia que o adolescente possui, que o faz encontrar dificuldades em enxergar ou atingir o equilíbrio entre o imaginário e o real, tendo a família o papel fundamental na resolução desse impasse imaginativo.

Para Szymansky (2002) a família também pode ser considerada como a base na construção e introjeção de valores morais na contemporaneidade. Como visto através do questionário aplicado, pontos importantes para a construção das futuras famílias dos adolescentes entrevistados se baseiam em aspectos morais e não necessariamente financeiros, já que os aspectos mais relevantes se concentram em ser honesto, humilde e batalhar para obter coisas. 

Ao tomar-se como base os aspectos que os jovens entrevistados gostariam de modificar em suas famílias, pode-se perceber que esses aspectos envolvem na maioria das vezes, fatores como brigas, discussões, grito e a falta de união. Fatores esses que juntamente com a perda de emprego ou a sobrecarga de trabalho sobre um dos membros principais da família, podem ser a causa dos diversos conflitos entre os pais e filhos adolescentes, resultando em uma atmosfera familiar estressante.

Deve-se lembrar que tanto crianças como adolescente são seres em desenvolvimento, e que uma das responsabilidades da família é prover esses indivíduos com oportunidades para que esse desenvolvimento ocorra de maneira saudável e completa. Cabe a família o papel de provedora e cuidadora desses jovens em formação.

 

Referências Bibliográficas

 

BRUSCHINI, C.; RIDENTI, S. Família, Casa e Trabalho. Caderno de Pesquisa, São Paulo, n.88, p. 30-36, 1994.

 

CALLIGARIS, C. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000.

 

ELKIND, D. Crianças e adolescentes: ensaios interpretativos sobre Jean Piaget. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1972.

 

FORTE, M. J. P. O adolescente e a família. Pediatria, São Paulo, n.18, p. 157-161, 1996.

 

PAPALIA, D. E. Desenvolvimento Humano. 10ª ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2009.

 

SHAFFER, D. R. Psicologia do desenvolvimento: infância e adolescência. 6ª ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

 

SZYMANSKI, H. Teorias e “teorias” de família. In: CARVALHO, M. C. B. A família contemporânea em debate. 4ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 2002.

 

WAGNER, A. et al . A comunicação em famílias com filhos adolescentes. Psicol. estud., Maringá, v. 7, n. 1, 2002.  

 

Link:  https://www.youtube.com/watch?v=Kl_OBddnfwk

 

Linguagem e Cultura Adolescente

22-11-2010 18:26

Muitas vezes os pais acabam aprendendo com a nova linguagem do adolescente. Para alguém que não tem acesso, ou não convive escutar dois adolescentes conversando pode até parecer uma conversa em outro idioma. Pois traduzir com rapidez palavras e frases como “Já é”, “cabuloso” e “É nóis” é um pouco complicado. Ou quando se analisa uma conversa na internet, onde são lidos termos como “tbm”, “9dade”, “naum”, é difícil compreender que isso faz parte de uma linguagem comum. Para entender, pense em sua época de adolescente e de como era próprio de seu grupo algumas características como a linguagem.

O adolescente, em sua fase de transformação do corpo e transição para a vida adulta passa a questionar as coisas, “tenta entender a perspectiva do outro a comparando com a sociedade, analisando o ponto de vista geral, ou seja, busca conhecer as perspectivas da maioria da sociedade para saber o que é considerado por esta.” (SELMAN, 1982 apud SHAFFER, 2005). Assim o adolescente deixa de considerar os valores dos pais e da família e passa a buscar sua própria forma de pensar e agir. Vygotsky (REGO, 1995), ao analisar o desenvolvimento da linguagem na criança, diz que, ao adquirir o domínio da fala, a criança sofre mudanças, dentre elas o seu modo de se relacionar com o meio, pois tem acesso à novas formas de se comunicar com os outros, e a organização sua forma de pensar e agir. Podemos trazer isso para a adolescência, considerando que, ao se “desligar” da família, o adolescente busca o seu lugar na sociedade, e consegue isso através dos grupos, estes caracterizados por vestimentas, gostos, modos de pensar e pela linguagem, que tem por função principal o contato social.

Uma das características mais fortes dos grupos é a sua linguagem, que os diferencia de outros grupos e de toda a sociedade, o adolescente, ao perceber que para fazer parte do grupo tem que dominar esse tipo de linguagem, passa a mudar sua forma de agir e pensar, sendo influenciado pelos ideais e valores do grupo, construindo, assim, a cultura adolescente. Em outra visão, Stern (Vygotsky, 1987) aponta a intencionalidade da fala, refere-se a ela como ato de pensamento que denota intelectualização e objetivação da fala. Analisa-se isso na adolescência quando se percebe essa objetivação, ou seja, a fala tem um objetivo, uma intenção, no meio adolescente a fala tem um objetivo essencial que é distinguir os grupos entre si e no meio da sociedade.

 

Foram apresentados alguns conceitos teóricos relacionados à linguagem que é um dos principais elementos formadores da cultura adolescente, esta caracterizada pelas vestimentas, estilos musicais, alimentação, comportamento, grupos, escolhas e vocabulário. A cultura adolescente está focada no contato social, geralmente estabelecido em grupos que possuem suas próprias maneiras de agir, pensar e falar, sendo esse jeito próprio de falar as gírias, que variam em cada grupo e podem até serem disseminadas para uma parte da sociedade geral.

 

REFERÊNCIAS

 

REGO, T.C. Vygotsky: Uma perspectiva histórico-cultural da educação. 16.ed. Petrópolis: Vozes, 1995. p.64-69

SHAFFER, D.R. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Cengage Learning,2005.p. 449.

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1987 p. 65-101

 

 

Esporte e Lazer na adolescência

12-11-2010 20:03

 

O artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) diz: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.

O esporte além de garantir um bem à saúde e livrar os jovens do sedentarismo e a ociosidade, permite ainda trabalhar, ao mesmo tempo, a afetividade, percepções, expressão, raciocínio e criatividade. Com isso o jovem passa a ter mais controle do seu corpo, desenvolvendo assim a auto-estima e o trabalho em grupo. Piaget (1971) afirma que na fase dos 07 aos 11 anos a criança já começa a perceber que não consegue satisfazer todos os seus desejos e aceita algumas regras colocadas pelos adultos.

Para complemento da educação, o esporte também é eficaz de maneira que aumenta o interesse e o desempenho escolar. Segundo Piaget (1998) o berço obrigatório das atividades intelectuais é a atividade lúdica, sendo por isso indispensável na prática educativa.

 

Jacqueline Viegas, Milena Lieto, Andressa Cavalcanti, Nathacia Gamba, Camila Matsumoto e Talita Kawagoe.

Escolha Profissional e Primeiro Emprego

12-11-2010 20:00

 

 

     

 

    A adolescência é um período de transição da dependência infantil para a auto-suficiência adulta, que se completa, definitivamente, quando o jovem obtem sua nova identidade, através de suas experiências em sociedade.   

    O conceito de adolescência é muito recente. Antigamente este período não era reconhecido, pois a transição da infância para a fase adulta era imposta e determinada pelos pais, que se sentiam no direito de usufruir do trabalho e determinar o destino dos filhos, que resultava em dar continuidade aos projetos familiares. Apenas a partir do século XX, a adolescência adquiriu um novo olhar, é vista como uma fase positiva, na qual consagra-se as experiências necessárias para a entrada na fase adulta, tornando-se um aprofundamento da maturidade, onde entram questões como escolha profissional e primeiro emprego. Ou seja, o adolescente contemporâneo apresenta uma nova estrutura quando falamos sobre sua identidade, "quem sou e quem serei", onde sua inserção no mercado de trabalho, através do primeiro emprego, torna-se além de um desafio um modo de inserir-se na sociedade.

    O jovem luta contra incertezas, inseguranças, falta de confiança e a dúvida de qual o melhor caminho que deve seguir na vida profissional, pois é através do trabalho que o adolescente conquista seu papel na sociedade. Uma forma de diminuir esta pressão é saber que essa escolha profissional não é necessariamente definitiva. Novos caminhos podem surgir durante a faculdade, o mercado de trabalho pode exigir adaptações ou uma grande "guinada" na carreira.

    Em resumo, escolher uma profissão representa esboçar um projeto de vida, questionar valores, as habilidades, o que se gosta de fazer e a qualidade de vida que se pretende ter. E esse momento de reflexão pode render bem mais quando é compoartilhado com a família. "Os pais possuem uma responsábilidade muito grande em relação às preferências vocacionais de seus filhos, pois logo cedo a criança que se identifica com seus pais manifestará bem cedo as preferências que os pais valorizam" (MATTIAZZI, 1974). Mas, ainda de acordo com Mattiazzi, o acerto da escolha profissional será cada vez mais real quando o indivíduo fundamentar a escolha de acordo com seus interesses, aptidões e capacidades.

 

REFÊRENCIAS

MATTIAZZI, B. A natureza dos interesses e a orientação vocacional. Rio de Janeiro: PUC/RIO, 1972.

 

Artigo publicado pelos graduandos do IV semestre do curso de Psicologia da Universidade Metodista de São Paulo - UMESP.

Amanda Cristina Colombo, Ana Ribeiro C. da Silva, Camila Ahmad Bacha, Emerson Moraes, Fabio Pipelmo Cavale e Sabrina Gonzalez.

 

IDENTIDADE DE GÊNERO E SEXUAL

12-11-2010 19:52

   A adolescência é o período que corresponde ao momento de transição da criança para o adulto. Este período abrange a faixa etária dos 12 aos 19 anos aproximadamente; é a fase em que o crescimento físico está se completando. O jovem amadurece sexualmente e começa a estabelecer a sua identidade, separando-se de sua família. A puberdade ocorre durante os primeiros anos dessa fase, quando acontece a maturação sexual, transformando a criança biologicamente, tornando-se capaz de reproduzir. Esse período de crescimento físico é muito rápido e é acompanhado, além do desenvolvimento dos órgãos reprodutivos, também pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, como os seios nas meninas, barba no meninos e pêlos pubianos (ATKINSON, 2002).

    A maior parte das culturas distingue masculino e feminino através de práticas em quase todas as atividades cotidianas. A cultura pode definir as características de personalidade que são socialmente adequadas. Os comportamentos adquiridos através da cultura, considerados como apropriados para seu gênero, corresponde à Tipificação Sexual, por exemplo, um homem pode ver-se como masculino, mas não evitar todos os comportamentos denominados como femininos. A identidade sexual é um dos elementos fundamentais da identidade geral, ela indica a percepção individual sobre o gênero que uma pessoa percebe para si mesma; já a identidade de gênero é a convicção íntima de cada um quanto ao sexo ao qual pertence (masculino/ feminino). O papel de gênero é a expressão da feminilidade ou masculinidade de cada um de acordo com as normas sociais estabelecidas; e orientação sexual é a preferência da pessoa para estabelecer vínculos amorosos (ATKINSON, 2002).

    Existem algumas teorias que explicam como adquirimos a Tipificação Sexual: psicanálise (Freud), aprendizagem social (Bandura), coginitiva-desenvolvimento (Kohlberg) e a teoria do esquema de gênero (Martin e Halverson).

    Segundo a teoria psicanalítica, as crianças começam a prestar atenção na parte genital do corpo por volta dos três anos, indicado por ele como uma das fases do desenvolvimento psicossexual (fase fálica). A criança se interessa pelo progenitor do sexo oposto e sente certa rivalidade pelo progenitor do mesmo sexo - o que Freud deu o nome de Complexo de Édipo devido à lenda grega de Édipo. Ao amadurecer, meninos e meninas resolvem este conflito ao se identificar com o progenitor do mesmo sexo, imitando seus comportamentos e internalizando suas atitudes, tentando ser como ele, surgindo assim a Tipificação Sexual (ATKINSON, 2002).

    Na teoria da aprendizagem social, Bandura explica que nós adquirimos a Tipificação Sexual através de duas formas: da instrução direta, onde principalmente os pais (que são os primeiros modelos das crianças) estimulam com recompensas ou punição as crianças por terem um comportamento adequado ou não ao seu gênero. Uma outra maneira de aprender o comportamento sexual tipificado pode ser através da aprendizagem observacional, isto é, ao observar e imitar o progenitor do mesmo sexo, a criança adquire então o comportamento correspondente ao seu gênero. É como se a criança pensasse: sou tratado como menino, portanto, devo ser um menino (ATKINSON, 2002).

    A teoria cognitivista-desenvolvimental foi desenvolvida pelo psicólogo Kohlberg e é baseada na teoria cognitiva de Piaget. Crianças de 2 anos podem identificar o sexo de um homem vestido de maneira estereotipada, mas elas não conseguem a mesma identificação de um "menino". Aos 2 anos e meio, quando a criança começa a criar uma consciência um pouco mais conceitual sobre gênero, entra então a teoria de Kohlberg. É o fato de comportar-se de acordo com a sua identidadede de gênero que faz com que a criança se comporte de maneira adequada, assumindo assim a Tipificação Sexual de si mesma e dos outros. Segundo essa teoria, dos 2 aos 7 anos de idade, a identidade de gênero vai se desenvolvendo de acordo com os estágios pré-operatórios que a criança vai atravessando, por exemplo, a característica pré-operatória da dificuldade de manter a identidade de um objeto ao ter sua aparência modificada é importante de ser considerada na formação do conceito de conservação de gênero. Para Kohlberg as crianças se socializam ativamente, não são instrumentos passivos da influência social. É como se a criança, neste caso, pensasse: sou um menino, então vou fazer tudo o que puder para descobrir como me comportar como um (ATKINSON, 2002).

    A teoria do esquema de gênero pode ser denominada também como teoria do processamento da informação, ela descreve como os papéis de gênero podem se originar e persistir. Desenvolvida por Martin e Halverson, ela explica que a criança precisa estabelecer uma identidade de gênero básica que a motiva a aprender sobre os sexos. Ela precisa compreender que esquemas de gênero são conjuntos organizados de crenças sobre homens e mulheres; que os esquemas dentro e fora do grupo permitem a classificação de objetos, regras e comportamentos; e que os esquemas do próprio sexo são informações que ela precisa para que possa realizar os diferentes comportamentos (SHAFFER, 2005).

   

    É o desenvolvimento de uma identidade sexual que permite que o adolescente identifique-se como um ser sexual, reconheça sua própria orientação sexual e forme vínculos românticos ou sexuais. A consciência da sexualidade é um aspecto importante da formação da identidade, influenciando profundamente a autoimagem e os relacionamentos que ele venha a ter (PAPALIA, 2006).

    Por fim, a base para uma identidade de gênero adulta e preferências de papel de gênero estão ligados aos fatores biológicos que entram em cena na puberdade, época em que está ocorrendo a liberação de grandes quantidades de hormônios que estimulam o desenvolvimento do sistema reprodutor, consequentemente, aparecem os caracteres sexuais secundários mencionados no início e os desejos sexuais (SHAFFER, 2005).

 

Link:    

https://www.youtube.com/watch?v=ycm-IsQra48&feature=related

 

Referências:

ATKINSON, R. L. Introdução à Psicologia de Hilgard. 13. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

SHAFFER, D. R. Psicologia do Desenvolvimento: infância e adolescência. São Paulo: Tompson, 2005.

PAPALIA, D. E.; SALLY, W. O.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

 

Alunos:

Adriano Araújo de Melo (n. 01), Débora Sousa Postigo (n. 15), Hércules Pioli Jr (n. 53), Jenifer Banhato Dimambro (n. 23), Marcelo Szmyhiel (n. 51), Rafael Fernandes (n. 39), Vanessa Florentino da Silva (n. 49).

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