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ADOLESCÊNCIA E RELACIONAMENTOS AMOROSOS

12-11-2010 19:46

Nomes: Felipe Costa

            Mayra Lovatto

            Rafaella Ottati

            Igor Patricio

            Sheila Aparecida

            Rosana Aparecida

            Mariana Villani

Recomendamos: https://www.youtube.com/watch?v=sUHGkaZHVRc

 

ADOLESCÊNCIA E RELACIONAMENTOS AMOROSOS            

A adolescência é uma invenção social e seu aparecimento deu-se no período da sociedade moderna industrial.

Segundo Papalia (2009), a adolescência é um período de transição entre a infância e a vida adulta onde o indivíduo desenvolve-se no tripé psíquico, cognitivo e comportamental; este processo de desenvolvimento pode ou não ser marcado por rituais de passagem, isso dependerá da cultura em que o adolescente está inserido.

Já a puberdade, é um fenômeno universal, todos os sujeitos passarão por este processo de desenvolvimento; conforme Papalia (2009), é um período de acelerado crescimento de peso e altura e aumento da produção de hormônios sexuais, além da maturação dos caracteres sexuais primários e secundários. Este período tem duração aproximada de quatro anos, e inicia-se com onze/doze anos encerrando-se com a espermarca nos meninos e menarca nas meninas.

Mas assim como o período entre a infância e a idade adulta sofreu mudanças ao longo da historia os relacionamentos amorosos também.

De acordo com Silva (2002), as relações amorosas foram modificadas ao longo da história sofrendo interferências de fatores culturais, ideológicos, sociais, políticos e econômicos.

As uniões no final do século XIX e início do século XX, não levavam em consideração o sentimento de amor, eram apenas arranjos familiares para manter a posição econômica e social. Os pretendentes a maioria das vezes nem se conheciam e não mantinham nenhum contato físico antes do casamento, e este era considerado indissolúvel. (SILVA, 2002).

Com a constituição de novas famílias, o amor romântico passou a fazer parte da escolha do parceiro (a), o jovem podia escolher seu pretendente baseado na atração física, simpatia, correspondência afetiva; mas, os pais só permitiam o namoro se os pretendentes eram aprovados como “bons partidos” levando em consideração raça e classe social.

Silva (2002) destaca que jogos de namoros eram freqüentes nesta época, para facilitar a busca pelo amor, o footing (equilíbrio, igualdade de posição, significado em português) era muito tradicional entre os jovens da época.

Com o passar das décadas, e as modificações ocorridas nos aspectos políticos e econômicos, os relacionamentos e a busca do parceiro também sofreram mudanças.

Segundo Tonon (2009), a sociedade hoje amparada no consumismo e individualismo, estabelece relações amorosas passageiras e de pouca duração. Esta nova ordem social contemporânea trouxe a liberdade sexual da mulher e a lógica capitalista, que, modificou muitas estruturas da sociedade, dentre elas o relacionamento amoroso entre os adolescentes.

O ficar é a nova maneira de se relacionar afetivamente, quer dizer as pessoas têm um vínculo de condutas carinhosas que levam a seu limite à prática sexual ou namoro.

Conforme Tonon (2009), os adolescentes ficam em busca do prazer, sem um vínculo duradouro ou sério, não pedem autorização aos pais para tal fenômeno como antigamente, mas escolhem seus parceiros com os mesmos critérios de antes, aparência física, status, simpatia, entre outros.

Porém, não se pode pensar que esta forma de relacionar-se dos adolescentes é imprudente ou apenas seja um reflexo de uma sociedade capitalista em busca de poder e conquista; de acordo com Tonon (2009) o adolescente pode ter este tipo de comportamento para defender-se de uma possível desilusão amorosa, para fugir da elaboração do luto provocado pela perda.

Para Tonon (2009) se o adolescente evita o conflito e a dor do luto ele não crescera, de modo semelhante segundo o autor, pensa Piaget, ao dissertar sobre assimilação, acomodação e equilíbrio.

Lefrançois (2008, p.245), explicita a teoria de Piaget: “[...] assimilação implica reagir com base em aprendizagem e compreensão prévias; acomodação implica mudança na compreensão. Essa interpretação entre assimilação e acomodação leva à adaptação”.

Assim, o jovem que evita passar pela experiência de perda, não poderá assimilá-la com sentimentos e pensamentos já existentes, portanto não acomodará, quer dizer, não refletirá sobre perdas, conquistas e luto, deixando de adaptar-se a esta nova situação, enfim, deixará de desenvolver-se nesta área amorosa.

Para Tiba (1985), namoro é resultado de uma relação de pessoas afetivamente positivas e envolvem uma série de aspectos (pessoais, familiares e sociais) que não devem ser ignorados. Quando um adolescente começa a namorar, geralmente ocorre mudança no seu comportamento em casa, pois, o namoro passa a ser a principal atividade e quando muito intenso, pode ser a única.

São feitas algumas considerações sobre o namoro:

1) vinculo afetivo que evolui para uma relação mais global afetivo-sexual;

2) é o reconhecimento de si mesmo como uma pessoa que quer namorar uma outra pessoa e a experimentação de si mesmo num envolvimento afetivo-sexual;

3) é um envolvimento afetivo que se concentra em uma única pessoa de outro sexo, e não mais em várias pessoas;

4) o objeto de amor que antes era destinado a figuras paternas, agora fica focalizado em uma figura do sexo oposto;

5) é uma manifestação sadia porque mostra o quando o adolescente já se encontra integrado consigo próprio a ponto de se expor tão intimamente para uma pessoa do outro sexo;

6) é o conhecimento de uma outra pessoa e, portanto, de outro sexo, de forma mais completa, adentrando por intimidades que em outro tipos de vínculos provavelmente não seria possível;

7) é mais uma etapa de experimentação e treino que o adolescente passa entre a fase infantil de recebimento passivo do afeto de todos e a fase adulta de complementação afetiva homem-mulher.

Enfim, é uma importante etapa no desenvolvimento do ser humano. Trata-se de um relacionamento social afetivo-sexual que evolui tanto para um relacionamento mais duradouro como para o desvinculo. O namoro é resultante de uma série de modificações físicas e intrapsiquicas e busca atender mais uma etapa de vida dos adolescentes.

 

                                               

REFERÊNCIAS

LEFRANÇOIS, G. R. Teorias da aprendizagem. Tradução: Vera Magyar. 5. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

PAPALIA, D.E; OLDS, S.W; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Tradução: José Carlos Barbosa, Carla Versace e Mauro Silva. 10. ed. São Paulo: McGraw – Hill, 2009.

SILVA, S. P. Considerações sobre o relacionamento amoroso entre adolescentes. Cad. Cedes. Campinas, SP: v. 22, n. 57, p. 1-8, agosto de 2002.

TIBA, I. Puberdade e Adolescência: Desenvolvimento biopsicossocial. Editora Agora. São Paulo, 1985.'

TONON, F. H; SILVA, P. N. Uma análise piagetiana dos relacionamentos amorosos na adolescência: resultados preliminares. Faculdade de Ciências e Letras de Psicologia. Assis, SP: UNESP, 2009.